segunda-feira, agosto 17, 2009

Revista Proa

Recebo um e-mail da cientista social Ilana Goldstein sobre o lançamento da revista Proa iniciativa dos alunos do IFCH. Trata-se de uma publicação acadêmica cujo objetivo é acolher textos e promover debates dentro dos seguintes campos: sociologia e antropologia da arte, etnomusicologia, antropologia visual, sociologia da cultura, políticas culturais, história cultural e social da arte e práticas artísticas contemporâneas. O primeiro número já está on-line, com acesso irrestrito e gratuito, no site
http://www.ifch.unicamp.br/proa

segunda-feira, agosto 10, 2009

superação

"Meu fácil me enfada. Meu difícil me guia. Quase todos os livros que eu estimo e absolutamente todos os que me serviram para alguma coisa são difícies de ler."
Paul Valéry

"Grande parte da minha música a partir de 1974 é extremamente difícil de tocar. A superação das dificuldades. Fazer o impossível."
John Cage, The Future of Music, 1979

sexta-feira, agosto 07, 2009

Miragens

“Sempre que começo a ficar rabugento; sempre que há um novembro úmido e chuvoso em minha alma; sempre que, sem querer, me vejo parado diante de agências funerárias, ou acompanhando todos os funerais que encontro; e, em especial, quando minha tristeza é tão profunda que se faz necessário um princípio moral muito forte que me impeça de sair à rua e rigorosamente arrancar os chapéus de todas as pessoas – então percebo que é hora de ir o mais rápido possível para o mar."
MOBY DICK
Melville

Sinais

Contei os tijolos da parede
Contei as noites e os dias
Contei as formigas
Contei os fios de cabelo,
As unhas
As rugas e os riscos de minha mão
Rasguei-me inteira para ver de que sou feita
Sou feita de seda e pó
Sem costuras porque sou humana
Não vejo as cicatrizes de onde olho
As cicatrizes estão por dentro


Me costuro viva
Me costuro viva
Me costuro viva
Não me costuro morta
Não me costuro morta


A pedra entre meus olhos
Há de me matar
De dor
Ninguém ouve o que digo
Não digo para que ouçam
Não tenho medo
Não tenho nada a dar a ninguém

Helena Schopenhauer Borges

segunda-feira, agosto 03, 2009

Paradoxos

..."a vida, a morte, tudo é, no fundo, paradoxo. Os paradoxos existem para que ainda se possa exprimir algo para o qual não existem palavras. Por isso, acho que um paradoxo bem formulado é mais importante que toda a matemática, pois ela própria é um paradoxo, porque cada fórmula que o homem pode empregar é um paradoxo." Guimarães Rosa


"Num de seus cadernos de notas, Tchekhov registra esta anedota:'Um homem em Montecarlo vai ao cassino, ganha um milhão, volta para casa, suicida-se'. A forma clássica do conto está condensada no núcleo desse relato futuro e não escrito.
Contra o previsível e o convencional (jogar-perder-suicidar-se), a intriga se oferece como um paradoxo. A anedota tende a desvincular a história do jogo e a história do suícidio. Essa cisão é a chave para definir o caráter duplo da forma do conto." Piglia